Thursday, June 30, 2005

Wash Away

Todos os nossos leitores (sim, vocês 3 que passam a vida a usar a net para ver pornografia, prestem atenção) de certeza que já estiveram na merda. Não falo literalmente. Nem me refiro especificamente a estarem tão mal que até cheira a estrume. Falo daquelas alturas em que se diz: "Hey, hoje até tou porreiro, chei de pica para a vida" e depois olham à vossa volta e vêm que as pessoas que vos rodeiam parece que, de propósito ou não, estragam essa alegria de viver: a chamada estadia na merda indirecta (sem passar pela casa de partida e sem receber os 2 mil escudos - será sempre 2 mil escudos e sim, eu estou a catalogar os vários estados de merda em que nós nos encontramos...é um trabalho sujo mas alguém tem que o fazer).
Vamos a um exemplo:
Pessoa B diz Y a pessoa A que A vai se mover para CA. Pessoa A fica na ME e DE e prepara-se para ir para CA. Dias depois B diz a A que não disse Y e que ela vai para CA porque quer. A fica na ME e DE.
Vamos á representação esquemática:
B>+Y=A CA=ME/DE ; A=ME/DE
Mais tarde
B>A-Y=A CA = A ME/DE
Logo, aconteça o que acontecer
A=ME/DE
Deve ser qualquer coisa assim...(e não, não estou obcecado pelo filme "Uma Mente Brilhante" se bem que acho que estou apaixonado pela Jennifer Connelly...ai o amor...)
Provavelmente esta explicação não ilustra totalmente o que se passou, mas aqui vai uma tentativa por extenso:
Alguém disse a alguém para ir para algum lado. Alguém fica na merda e pega no orgulho (sempre o orgulho) e decide para algum lado. Depois alguém diz que não disse nada disso a alguém e que alguém vai ara algum lado porque quer ir. Alguém fica na merda na mesma.
Quem percebeu a primeira explicação, acho que depois disto a deixa de perceber...
Por muito bem disposto que uma pessoa esteja, é difícil de pelo menos não se sentir enojado com o cheiro nauseabundo de eventos como este. Então o que fazer para não sermos afectados pela putrefacção alheia? A resposta é simples, limpeza. Temos que encontrar os nossos chuveiros para tomarmos banho, para nos limparmos de toda a sujidade que nos vai infectando aos poucos. E vai saber tão bem que vamos querer estar todo o dia debaixo de água.
É simples não é?
A propósito...alguém me pode indicar onde ficam os balneários?
Ps: Quem tiver correcções e críticas às fórmulas aqui expostas é favor comentar. A gerência agradece.

Wednesday, June 29, 2005

A 1ª Era

Bem, foi o fim das postas algarvias, e foi o fim de uma era embora tivesse ficado muita coisa por publicar e dizer. Mas também nessa era tantas coisas ficaram por fazer e dizer e vou tentar não usar isso para me atormentar. Ainda está tudo muito recente, tudo muito fresco mas o que eu tenho que usar é o passado como uma fonte de aprendizagem e não como um meio de me causar dor a mim e aos outros de quem gosto. O passado é uma fonte de informação e de lições de vida, o presente é onde aplico essas lições e o futuro é o resultado directo do presente. Pelo menos é o que eu vou tentar fazer. De qualquer maneira, eu agora vejo que certas coisas tem que acontecer para nos por no caminho certo, temos que errar para aprender. Eu errei e aprendi. Vou errar e vou aprender mais. Eu podia vos revelar qual foi a importante lição que eu aprendi, mas não adianta eu falar, vocês mais tarde ou mais cedo vão perceber. Vão ver. E é tão básico, tão simples que só tenho vontade de rir. Duas pessoas mais estão envolvidas nisto e podem ter aprendido alguma coisa com isto. Uma delas está temporariamente impedida de aprender, sentir o que quer que seja, mas eu sei que está dentro dela a sabedoria, tapada por muitas outras coisas que não interessam nem ao menino Jesus. Não adianta dizer-lhe o caminho, meter coisas á frente que só a vão confundir, e ela vai encontrar o seu caminho por si só. A outra pessoa (e vou tentar não destilar aqui todo o meu "amor" por essa pessoa) tem muito que aprender. A maior lição que ela vai aprender virá de forma dolorosa. Queres uma pista? KARMA! E deve ser dos bons... Tudo o que fazemos retorna a nós. Foi assim comigo, e meu "amigo" vai ser assim contigo. Espero que estejas preparado porque vai doer.
Mas "amores" á parte o que posso dizer de positivo sobre todo estes 2 meses de confusão, dor, procura de redenção e paz? Tudo. Toda a dor,toda a confusão serviu para por á prova tudo o que aprendi e fez-me aprender muito mais. Nada acontece por acaso e o que ficou a meio, foi porque não tinha pernas para andar, pela forma que estava a andar e pela forma que eu estava a andar principalmente. O futuro não existe e toda a minha experiência será usada para todas as minhas acções no futuro, para começar algo de novo ou para continuar o que ficou a meio. E vou dar o meu máximo, vou usar tudo o que tenho nessa tarefa e se algo de mal acontecer, é mais uma coisa que vou aprender, é mais uma coisa a acrescentar. Eu já tenho tanto aprendido dentro de mim...mas comparado com o que falta aprender...não tenho nada. Mas isso só me faz querer mais. E eu quero mais!

Sunday, June 26, 2005

Dance

Tens que dançar até ao fim. Desvia daqui, desvia dali mas dança. Se caíres, levanta-te e dança. Doi-te as pernas, aqguenta, não sentes o corpo, azar, mas dança. Tens de dançar, até não conseguires respirar, até não conseguires ver, ouvir, sentir. Dança. Nada mais interessa e repara todos dançam, não vês? Podes dançar sozinho, podes ser um nojo a dançar mas não podes parar. Até que te matem, até que morras. Mas dança, não podes desistir até morrer, tens de dançar sem parar. Toda a gente á tua volta pode julgar a maneira como danças, podem dizer-te como deves dançar mas isso não importa. Não penses, SENTE! Não corras, DANÇA! Tudo o que nasce morre, tudo se transforma, mas nada finda. Toda a gente que nasce vai morrer. Mas é apenas mais uma razão para dançar, porque já se sabe que se vai morrer. Dança apesar de errares, é tua função, a tua missão, o teu trabalho. E quanto mais errares mais vais aprender, quanto mais chorares mais alegria vais sentir, porque vais dançar. Não podes fugir a isso, podes tentar mas ela vai atrás de ti, vai-te dizer para dançares. Vai-te gritar aos ouvidos: DANÇA, MERDA! Tens que dançar, não podes parar, por muito que doa, por muito que não queiras. Dança ou morre, não há mais nada no meio.



(substituir o verbo dançar por o verbo viver)

Friday, June 24, 2005

Detalhes

Não penses no futuro. Sei que não consegues viver o presente e o passado está sempre á espreita. Mas não penses no futuro. Pensa nos detalhes. Observa os detalhes. Disseca-os. Ouve as folhas a baterem umas nas outras movidas pelo vento. Ouve a sua música a marcar o ritmo de uma música que só tu ouves. Ouve o barulho do vento, constante e ao mesmo tempo com ligeiras mudanças como se de um quarteto de cordas se tratasse. Repara como há tanto que te passa despercebido, na riqueza dos detalhes. Repara como sentes o calor do sol no teu corpo nu, como esse calor é intervalado por frio, quando o sol desaparece por breve instantes. Sente como as duas sensações antagónicas são boas, como te distrai analisar os paradoxos simples, como isso te faz sentir. Não penses no amanhã, não penses no depois, não pense no hoje, não penses no agora, pensa nos detalhes, de como eles fazem parte do todo que já tomaste por garantido. Glorifica os detalhes, porque quando perdes tudo, só eles te restam...

Saturday, June 18, 2005

As voltas que a vida dá

Mais uma pausa nas postas algarvias. Desta feita para falar sobre a maneira como as coisas mudam em tão pouco tempo. Como já disse antes, toda esta perda de noção do futuro ou pelo menos do futuro que eu idealizei trouxe-me a um estado de confusão. Embora essa confusão esteja (mais ou menos) dissipada por ter re-orientado a minha maneira de (vi)ver a vida, é difícil não deixar de pensar na sucessão de eventos, nas mudanças e nos acontecimentos. Neste momento sinto que a minha vida está em suspenso. Mas pela primeira vez estou realmente a viver esse momento, estou a aproveitá-lo de a melhor maneira, rodeado das melhores pessoas que podia encontrar. E é engraçado como foi formado um grupo e como esse grupo e aquilo que o une conseguiu fazer viver com gosto, com prazer. Neste momento a minha vida está em suspenso, com muitas coisas por se definirem, mas estou a adorar cada segundo e estou ansioso pelo futuro, não por nessa altura esperar poder viver a vida como sempre desejei, por saber que irá finalmente ser o início de uma felicidade que me irá acompanhar até ao final da minha vida. Anseio pelo futuro por saber que se a minha vida mudou radicalmente no ultimo mês, ela ainda vai mudar mais ainda. Anseio por essa mudança, anseio por aquilo que ela me vai trazer, bom ou mau, sinto que vai ser algo de marcante. Que agora é o caminho que eu escolhi, vai ser a concretização desse escolha feita muitos anos atrás sem saber. Escolhi o meu caminho sem saber porquê e durante muito tempo me interroguei se estava certo na minha escolha, procurei por um objectivo, por algo de concreto a que me agarrasse. Agora vejo qual é o caminho e embora não seja material, é muito concreto. Agora vejo o que realmente interessa e o que não interessa e sei que o futuro não vai ser algo planeado meticulosamente por mim, vai ser algo que me vai desafiar a mim e ao caminho que eu escolhi. E eu anseio por esse desafio, pela primeira vez na minha vida, estou pronto para lutar por mim, pelo o meu futuro. Não por saber qual é o destino mas por saber que o caminho que me leva lá é o certo.

Wednesday, June 15, 2005

Paz

O meu conceito de paz tem sofrido alterações ao longo dos anos. Inicialmente a minha ideia de paz era ficar fechado no meu mundinho, protegido daqueles que me fizeram, queriam fazer ou poderiam fazer mal. Mas mesmo assim não conseguia manter essa paz, acabava por me sentir injustiçado, sentir raiva. Pensando bem, raros eram os momentos de paz nesses tempos.
Isso provocou uma doença que me foi corroendo com os tempos, até me colocar numa cama, incapacitado. Apesar de me negar a viver isso não me trouxe paz. Apenas fez com que ficasse mais vulnerável ao exterior. Ao me refugiar no meu interio fez com que me maravilhasse cada vez que tinha um contacto com o exterior. E quanto maior era a alegria de visualizar tal maravilha, maior era a desilusão. E diversas vezes me neguei a mim próprio para poder ver mais, para poder manter essas maravilhas por mais tempo. Essas ilusões foram me fragilizando cada vez mais até diversos pontos de ruptura.
Nessa altura desconhecia por completo o conceito de paz. Era uma perfeita miragem, não era palpável. Até que finalmente senti, vi e provei a paz. Mas estava debilitado por anos de refúgio, negação e deixei-me dominar pela frustração sempre que algo do presente pusesse em causa o futuro de paz que tinha idealizado. Amaldiçoei-me de não ter a capacidade de ter paz, amaldiçoei a minha má sorte de conjugar todos os factores que me impediam disso. Amaldiçoei a minha falta de forças para lutar contra o desfazer desse futuro. Mas com ajudas preciosas e com aquilo que aprendi com o meu guru, o sentimento de paz cresceu em mim, floresceu. E fez com que conseguisse ver as dificuldades com menos fatalismo, com menos dor. E menos negativismo de as coisas não se terem passado como eu idealizei.
Agora nesta altura em que supostamente teria perdido para sempre a hipótese de alcançar a paz, vejo que encontrei mais do que aquilo que pensava ter perdido. Vejo que ganhei a hipótese de ganhar a paz interior, não uma aparente, passageira e baseada em alguém. Ganhei a MINHA paz interior que eu preciso para viver e para transmitir aos outros que precisam mais que eu. É como andar de bicicleta, podemos estar 500 anos sem andar e podemos ter medo de quando começamos outra vez, mas depois de vencido o medo, facilmente nos lembramos daquilo que nos fizemos esquecer...eu soube e novamente eu sei.

Monday, June 13, 2005

Seguir em frente Pt III

Com tudo isto, será que não estou a convencer-me á força a seguir em frente? Todos os que me rodeiam dizem-me isso, tudo o que vejo me diz isso. Todas as minhas vozes, todas as minhas múltiplas personalidades me dizem isso, que tenho que seguir em frente e é a segunda coisa em que ela estão todas de acordo. Eu sinto essa concensualidade. Não há divisão dentro de mim. Pela primeira vez sinto-me completo no que sou, no que sinto e no que devo fazer. E é muito bom ouvir todas as minhas vozes dizer o mesmo. É pacífico. Apesar de momentâneas tristezas, sinto-me em paz. E se antes sentia que tinha perdido tudo, agora sinto que finalmente me ganhei a mim mesmo. e que me posso redimir de todo o mal causado. E se for a pensar bem, sei que não perdi nada. Nada morre. Tudo se transforma. Por isso, por mim e por todos os que se preocupam, vou seguir em frente. Não por não ter alternativa, mas por ser a minha escolha, por ser a nossa escolha concensual...

Monday, June 06, 2005

Egoísmo

Agora penso que o facto de seguir em frente não seja egoísmo. Provavelmente não a deixar seguir em frente tenha sido o verdadeiro egoísmo. Faz-me lembrar o medo irracional que a maior parte do da raça humana tem pela morte. Se calhar é o mesmo sentimento. Ou então aquelas pessoas que tentam acumular o maior número de coisas, bens materiais ou de dinheiro que não o gastam por medo de o perderem. E ficam de tal maneira obcecados que se esquecem que o dinheiro as coisas e os bens materiais servem para nos ajudar a ser felizes e para ajudarmos quem amamos a serem felizes. Se os temos apenas para dizermos que os temos, torna-nos inúteis e fúteis.
Certa vez disse-lhe que a via como um pássaro, que preferia que ela estivesse livre ao meu lado do que estar a prendê-la numa gaiola. Ela disse-me que queria estar presa. E eu prendia-a. Tentei ser egoísta a esse ponto e acho que consegui. Metia-a dentro da gaiola até lea me dizer que queria voar. E quando ela me disse que queria voar, eu chorei. O egoísmo tinha tomado conta de mim. Eu não percebi, eu tinha feito tudo o que ela me tinha pedido, como é que ela podia querer voar? E como é que eu desligava o egoísmo agora?
E para dar valor á liberdade, precisou do cativeiro. E como lhe podia eu negar a liberdade? Como é que eu lhe podia negar qualquer coisa? Não podia, não posso e não vou. Ela voou, até lhe perder de vista mas sei que se ela quizer voltar, ela voltará. Determinada sobre aquilo que quer, e sobretudo com a sabedoria necessária que lhe permita viver sem correntes. Ela voará ao meu lado se assim o quizer.
E eu sigo em frente...

Saturday, June 04, 2005

Seguir em frente Pt II

Segue...Segue em frente.
Tu és capaz e não é tão difícil como anteriormente tu te quizeste fazer crer. Deixaste o desespero tomar conta de ti. Deixaste que o medo te dissesse que não o podias fazer, que o facto de te sentires assim te impedia até de viver. Que não fazia sentido viver negando aquilo que sentias. Então não negues e segue em frente. É possível e tu sabes que sim. Por muitas vozes que tenhas na tua cabeça que te digam o oposto de minuto a minuto, tu tens que fazer isso, tens que viver. Eu vou tentar fazer isso. Eu vou tentar conciliar todas as vozes. Eu consigo, eu sou a mior delas. Sou aquilo que mais puro tens dentro de ti. Eu não estou a dizer para esqueceres que existo. Apenas utiliza-me para prosseguir. Para vver. Fui eu que te fui buscar lembras-te? Eu sou a tua recém descoberta paz interior, o teu amor próprio. Tu tens estado á espera que alguém te salve do coma. Eu já te salvei do coma. Agora preciso que me salves a mim. Que me acarinhes, que não me deixes morrer. Eu sei que tu tens a certeza que eu existo e eu sei que isso te dá fé. Então segue em frente com a tua fé. Segue em frente com o que sentes. Esse sentimento é a salvação e eu agora acho que tu te consegues aperceber disso. E é por causa disso que estás calmo. O que sentes vence tudo. Porque é verdadeiro, é real. E se podes pensar que é egoísmo da tua parte, pensa que é apenas parte da aprendizagem. Saíste do coma. Agora vais aprender a rastejar primeiro, para depois poderes aprender a andar. Sozinho. Não sem ninguém à volta a apoiar, apenas vais aprender a andar pelo teu próprio pé. Sozinho.

Thursday, June 02, 2005

Interludium

Um pequeno intervalo no consjunto de textos que escrevi no meu "refúgio" algarvio. São 2 horas e 25 minutos da manhã e eu não consigo dormir. O mês de Maio foi o céu e o inferno e o de junho até agora teve só umas horas entre os dois, sendo as restantes pertencentes ao Inferno. É incrível como o ser humano nas horas difíceis procura pelo divino. Eu, como já disse, sou agnóstico (ou pelo menos uma espécie) e sinto-me ridículo a olhar para o ar e a perguntar "porquê?" Mas ninguém responde...
Eu sou uma pessoa complexa nos meus traumas, medos, sentimentos e acções mas também quem não o é? Nestes últimos tempos tenho tentado pensar no que é correcto a fazer, no que eu devo fazer, no melhor caminho e cheguei a várias conclusões (algumas ainda faltam apresentar nos restantes textos por publicar) e o mais engraçado é que as conclusões são contraditórias senão mesmo paradoxais. Vejamos alguns pensamentos:

- Opto por viver o presente e não pensar no futuro mas acabo por pensar no futuro e não viver o presente (diga-se de passagem também não tem muito por onde viver)
- Opto por levar até ao fim aquilo que sinto mas o que sinto não me trás energias suficientes para o levar até ao fim
- Tento não mergulhar na depressão por saber que isso não leva a lado nenhum mas continuo a usar o passado para me magoar
- Tenho ataques de auto-piedade maciça mas o resultado são ataques que faço a mim mesmo (por outras palavras, digo que sou um desgraçadinho e que não tenho culpa de nada mas depois torturo-me por me ter posto nesta situação)
- Penso que o positivismo é a única coisa que pode resolver esta situação mas depois abraço o negativismo
- Coloco a culpa de tudo isto em mim mesmo por erros passados que voltaram no presente para fazer justiça (o tão desejado Karma)
- Tento viver mas só penso em morrer

As conclusões que retiro disto são ainda mais engraçadas:

- Tenho que esquecer o passado e seguir em frente (quanto mais digo, menos faço)
- Tenho que ser fiel aquilo que sinto
- Tenho que pensar em mim mesmo
- Tenho que pensar nos outros porque assim vou-me sentir satisfeito comigo próprio

A verdadeira questão que eu acho que eu nunca me fui capaz de colocar a mim próprio foi o que fazer se eu estiver enganado. Eu tenho uma certeza enorme, gigantesca mesmo e essa certeza fez-me ser prepotente sem limites, como alguém mais iluminado do que eu, disse. Mas antes tinha muitas mais, antes tinha milhentas certezas e dessas todas só restou uma. O que fazer quando não tiver essa, agarrou-me a quê? Então tenho que preservá-la porque ela é unica coisa que tenho neste momento, é o meu pão, é a minha água, é a minha alegria e sobretudo a minha tristeza.
Faz-me pensar em que se calhar eu devo passar por isto tudo, por aquilo que fiz no passado, por aquilo que aconteceu. Mas eu espero que o sentimento não se transforme em ódio nem em rancor. Que isso não me leve a utilizar os truques mais baixos, sem respeitar ninguém. Que não faça sentir como senti que através de perguntas e contactos certeiros que estavam felizes por eu estar mal. O amor não tem limites...mas o que eu faço por ele tem e muitos. Segundo o iluminado, o amor não respeita compromissos nem relacionamentos. Será que o amor é isto? Algo que leva tudo á frente e todos sem avisar? Será que o amor é algo tão forte que chegue a ser negativo? Não. E não tinha o siginificado que tem se assim fosse. Talvez as pessoas não saibam o que é, se calhar nem querem saber. Eu também estou nesse lado do campo de vez em quando. Quando me deixo levar por outras emoções como o medo, a angústia, o desespero e o mais profundo dos egoísmos. Mas será que isso me leva a magoar a pessoa amada? Só se não a amasse.
Eu não sei qual é o caminho, ainda não sei e grito por ajuda por alguém me indique, mas ninguém responde...ninguém que eu ouça. Talvez eu precise da ajuda que estava a pensar em dispensar, talvez por causa disto fique lá mais uns 2 anos e meio, embora o facto de faltarem umas semanas para visitar o meu guru também não me ajude em nada, mas tenho que sobreviver sozinho. Sem muletas, tenho que tentar (e tenho tentado) e tenho que escolher um caminho. O caminho que segui agora, disseram-me hoje que era um sonho. De dragões, bruxas, princesas e príncipes. Talvez tenha sido um sonho e talvez eu tomasse esse sonho como o meu futuro. E por estar de tal maneira hipnotizado por ele não o vivi no presente. Eu sei, fiz merda e por isso não me posso queixar (karma mais uma vez). Agora queixo-me por não ter sonho, por ele ter sido guardado dentro de uma caixa junto com cartas por enviar. Se tivesse vivido o sonho em vez de ter ansiado por ele no futuro, talvez não tivesse acontecido nada disto. Talvez, talvez, talvez, se, se, se...
Talvez o meu erro seja escolher um caminho para o futuro. Se calhar tenho que escolher um caminho para o presente. Talvez eu possa saltar de caminho em caminho de dia para dia. E isto será válido apenas se não magoar ninguém. Tenho dois caminhos neste momento: da direita, o caminho em que continuo com aquilo que sinto, mais um dia e tento tirar disso o máximo partido para mim e para quem amo; da esquerda tenho o caminho em que corro, fujo o máximo que puder sem olhar para trás para fugir ao que sinto; no meio tenho um banco em que espero que me venham buscar (mais um dia de coma). Por hoje escolho o da direita, não sei se é o correcto mas é a minha escolha por hoje, amanhã será um outro dia e terei estes e mais caminhos possivelmente. Não me traz especial alívio, nem me traz a alegria da definição mas pelo menos é uma decisão e mesmo que seja por um dia, será a minha decisão. E irei decidir diariamente pelo menos com a esperança que esse caminho tomado e construído dia após dia me leve ao sítio que anseio, á caixa das cartas por enviar onde se encontra o meu sonho. Só espero ter força para a abrir, que isto tudo não passe de um grande e doloroso interlúdio...

São 4:28 e ainda não tenho sono, mas tou cansado, já é um começo...

Fé. Que conceito estranho à minha pessoa, eu, agnóstico por convicção ter fé. Mas nem penso muito nisso para ser sincero. Mais uma vez não racionalizo o que não pode ser racionalizado. Não sei se é esta fé que me vai manter vivo, não sei se é esta convicção que me vai fazer continuar. Algo vai ter que me ajudar, não sei o quê, não sei quem mas algo vai ter que me ajudar.Talvez devesse ser eu sozinho a sobreviver a isto. Aprendemos sozinhos para melhor e mais podermos dar aos outros. Talvez a fé me faça aprender melhor. Pelo menos sou feliz que tenha essa certeza, essa fé. Quando se tem dúvidas, quando se vive num mundo em que não há certezas á nossa volta, quando tudo é dominado pelo medo e a insegurança do que possa acontecer é um milagre ter certezas absolutas. E se bem que o medo possa tentar abalar essas certezas absolutas eu vou tentar nao me deixar dominar por isso. O que sinto é inesgotável e daí é que a minha certeza se alimenta. Certeza alimentada por energia pura, não-poluente e renovável. Uma certeza eterna.

Wednesday, June 01, 2005

Seguir em frente Pt I

Seguir em frente
Eu sei, seguir em frente
Não penso noutra coisa, já me disseram isto muitas vezes.
Seguir em frente, seguir em frente, seguir em frente...
Não há alternativa, segue em frente.
Esta noite devo ter dormido muito pouco mas a única coisa que me recordo entre mudar de posição e ajeitar a almofada é pensar no que se tinha passado. Seguir em frente...
Mas nunca tive tanta calma e ao mesmo tempo pânico ao pensar nisto e eu sei que podem pensar que é patético mas este tipo de situações já é comum à minha existência. Se esta foi a mais forte, mais perigosa e desafiadora situação, então de onde vêm essa calma e esse pânico? Talvez seja fé...e talvez seja medo que ela me falhe...