Friday, March 31, 2006

Mais Perguntas

Será possível uma falsa verdade destruir uma vida?

Ou será que são as verdadeiras mentiras que nos destroem?

E quando estão todas concentradas na mesma pessoa?

Friday, March 24, 2006

A Verdade

A verdade... a verdade surge quando menos se espera. Quando menos a quer. E ela é dúbia. Ela é a uma pessoa. Falsa. Tudo aquilo que dizia não ser, tudo aquilo que era contra. Essa pessoa é a verdade, essa pessoa é o que tu odeias, essa pessoa ensinou-te o ódio. Tremo neste momento de pensar na...verdade. De frio por ter tirado a camisa com calor. De ódio por a ter procurado, ódio contra mim por dar valor à...verdade.

O que é a verdade?

Não sei... via-a de relance novamente e enchi-me de coisas que luto para não ter dentro de mim.

Tudo parece mentira à volta da verdade. A verdade mete nojo, ela só pode ser mentira. Nada do que aconteceu pode ser verdade, é tudo mentira... digam-me que é mentira, vocês que não me ouvem porque eu não falo, vocês que me lêem...não fazem a minima ideia do que estou a falar... Mas ela sabe... a puta da verdade. Quero gritar alto como a odeio, como odeio ter conhecido na minha vida apenas uma verdade, um lado distorcido de uma razão que não era a minha. Não quero a verdade, quero a mentira.

MENTE!!!

Mas isso já tu fazes, não é cara menina? A menina verdade nunca foi verdadeira, nem nunca vai ser...não enquanto continuar a mentir a si própria.

O mal de ter conhecido esta verdade, foi que ela me fez acreditar nela para depois se rir na minha cara e dizer que era mentira. Continuo a tremer, continuo a sentir dentro de mim algo que não quero sentir. Mas eu não a vou odeiar...porque eu sei mais que isso, mais que ela. Mais que uma verdade isolada e fechada dentro de si mesmo que continua a seguir atrás de vontades alheias. Tenho pena dessa verdade, mas isso ainda não me faz ter ainda o desprezo que julgava ter por ela. Não. Os espinhos estão bem cravados no coração e ainda doi ao respirar.

Quem é a verdade?

Não sei, ao olhar para ela descubri que nunca a conheci realmente: "Eu não te conheço" disse-lhe eu durante o calvário. Não a conheço, quem é ela? Que monstro é ela? "Quem és tu?" Ela não me sabe responder porque tem sempre outras pessoas que respondam por ela. A verdade é manipulada pelos espertos e pelos fracos que querem ser mais que os outros, a verdade é fraca, patética e desprezivel. Ela é veneno que continua a matar-me ocasionalmente e que vive para me assombrar. Se ela é a verdade... então eu quero a mentira. Mas ela também me mentiu...então não quero nada.

NADA!

A verdade...

A verdade morreu.

Mais uma vez.

E vai morrer pedaço por pedaço até ser enterrada com o meu coração para nunca mais voltar. Porque esta verdade é assassina e a morte é fornecida a conta gotas como os segundos, minutos, horas, dias, meses a passar lentamente.

No lugar da carne, fica o gelo. Pelo menos esse afasta falsas verdades com pretensões de serem verdadeiras.

A verdade... a verdade não existe.


Projecto

O que é a verdade? Como a classificas tu? Boa, má? Ou em caso de não a aceitares...aceitas-a como uma mentira. Mais uma mentira...e a metes de parte, como fizeste tantas outras vezes. Não sabes se é verdade mas vais olhar para dentro de ti e procurar por ela. Pela primeira vez. Honestamente.

É como se fosses um cientista a conferir cálculos depois do projecto estar concluído e quando verifica que os cálculos não batem certo entras em pânico e interrogas-te do que correu mal. A tua vontade é deixares passar. Fazer de conta que não sabes nada. Mas tu sabes... Estás farto do projecto, só o queres ver finalizado e passá-lo para outras mãos, rezando que ninguém descubra os erros de cálculos. Mas não consegues dormir descansado. E não sabes porquê.

Até que um dia, és forçado a pegar no velho projecto e vê-lo do início para verificares o que realmente aconteceu. A verdade... não estás pronto para ela, mas sentes uma vontade inegável de a conhecer. Apesar disso estás mais preparado para ela, seja o que ela for, do que alguma vez tiveste na vida.

Interrompemos este programa para o visionamento da verdade (ou algo parecido com ela)

Voltaremos dentro momentos (se sobrevivermos)

Wednesday, March 22, 2006

Dedo Na Ferida (Ou A Conversa Que Tu Não Queres Ter)

É difícil para ti tentar encontrar um consenso entre o que dizes e o que sentes não é? Tu cheiras tretas a quilómetros de distância mas parece que apenas as tuas tem licença para sobreviver. Tu odeias a hipocrisia mas proteges a tua como se duma filha bastarda se tratasse. Mantêns-a à distância de ti, não admitindo-a como tua própria e sim como algo que não tem lugar dentro do teu ser ou daquilo que tu és. Mas ela não te larga a consciência. Flashes de memórias e pensamentos perseguem-te, fazem-te interrogar do que se passou realmente. Da realidade das coisas. Se a tua memória é a certa ou apenas uma imagem irreal que optaste por criar para ser mais fácil conviver contigo próprio ou para teres legitimidade para fazeres certas coisas. Pois essa legitimidade acabou, porque a tua filha ilegítima voltou. E tirou-te o olhar da televisão que mostra as imagens falsas que foram criadas para te fazer acreditar em algo que não foi e não é aquilo que pensas. Tu procuras pela verdade mas por vezes é difícil admitir a verdade quando ela é feia. Quando ela mostra um “tu” que ninguém conhece. Um “tu” humano sem dúvida, mas que não queres ser. Que renegas. E voltas-te para a televisão. Mas desta vez, ela foi mais esperta que tu e escondeu a televisão.

E agora...?

Que vais fazer tu?

Que vais fazer quando para aonde queres que te volte, só a vejas a ela?

Não a queres ver e por isso fechas os olhos. Mas ela está dentro de ti, faz parte do teu ser. Então abres os olhos assustado. E ela continua à tua frente, a sorrir. Um sorrisozinho cabrão como de quem sabe de que acabou de ganhar.

E ela mostra-te aquilo que quizeste manter escondido ou aquilo que não querias crer que era como a verdade. E tu interrogas-te...

Será isto verdade...?

... Ou apenas mais uma mentira?

Saturday, March 11, 2006

Algo.

O que estou aqui a fazer?

Não o aqui, o agora... mas o sempre. O que vim cá fazer? E quando é que me vou lembrar disso?

Bla bla bla, estou sempre a dizer o mesmo. Mas também...quem se interessa? O vasto auditório de certeza que não se importa de eu estar aqui ou não. No fundo ninguém se importa, porque não é o seu dever. Eu não me importo...e é o meu dever me importar.

Apetece-me gritar e nem sei por quem devo gritar, nem para quem...

Estarei vulnerável a algo que não vejo? Estarei expectante por algo que quero sentir?
Quero gritar até rasgar as minhas cordas vocais, cravar as unhas na pele mais uma vez e cortar a carne, apenas para me sentir vivo.

Estarei vivo...?