Tuesday, January 31, 2006

Acção

Até que ponto se está correcto? Mesmo quando se está convencido absolutamente que sim, quando se tem as provas que o apoiem, pode-se estar errado. Neste momento (como sempre) pergunto-me, será que estou correcto? E quando é que o mal necessário se torna desnecessário? A vida é feita de palpites, de certezas feitas na nossa cabeça e de acções (certas ou erradas). Espero que a minha não esteja errada...

Apaga, escreve de novo

Até que ponto não se está errado? Mesmo quando se está convencido absolutamente que sim, quando se te as provas que o digam, pode-se estar certo. Neste momento (como sempre) pergunto-me se estou errado. E quando é que o fútil se torna útil? A vida é feita de certezas, verdades feitas pelas outras pessoas e de tentativas de acções (certas ou erradas). Espero que a minha esteja certa....

Apaga. Escreve depois

Tuesday, January 17, 2006

Testamento

Se estão a ler isto é porque provavelmente já não estou entre vocês. Este documento serve para expressar as minhas últimas vontades em relação àquilo que possuí em vida e ao destino que quero que seja dado. Comecemos pelos bens materiais. Todos os bens materiais que consegui durante a minha vida devem ser reencaminhados para as pessoas mais próximas conforme a vontade destes mesmo em ficar com eles (e eu sei que não vai haver disputas, por isso não vale a pena nomear quem fica com isto ou com aquilo). Deixo a minha alegria aos que amo, que lhes encha o coração tal como encheu o meu quando me encontrava vazio.

Deixo o meu sorriso a quem o tiver conhecido verdadeiramente, a quem o sentir falta verdadeiramente...para esses, ele vai estar sempre lá.

Deixo o meu amor com aqueles que verdadeiramente amei e que sentiram nele carinho, conforto e protecção.

Deixo a minha amizade com aqueles que a sentiram quando precisaram e os que me fizeram sentir sempre que eu precisei.

Deixo-me com aqueles, que por vontade própria, não me irão esquecer.

Não quero, se for possível, que façam do dia em que desapareço um dia triste. Quero que o celebrem. Celebrem a vida. A vida que eu vivi, que não vivi e a vida que podia ter vivido. Celebrem o facto de ter estado entre vocês, de ter valido a pena (se assim o tiverem sentido), de terem saído enriquecidos com a minha presença...Eu sei que saí com a vossa. Não fiquem tristes por ter saído da vossa vida, fiquem contentes por ter entrado nela. Se sentem dor, mágoa e tristeza, como eu tanta vez senti no passado, não pensem em alguém ausente que sentem saudade. Pensem em alguém que está presente, a partilhar convosco e a tentar aliviar esse sofrimento, como muitas vezes o tentei fazer enquanto vivo.

Pensei em deixar a minha tristeza e mágoa com aqueles que me magoaram, mas pensei em que ela fosse enterrada comigo, talvez dessa maneira ambos descansemos em paz. Por isso a deixei para o final. Não deixo a minha tristeza e mágoa com ninguém, mas também não a quero levar comigo. Já me fez companhia que chegue enquanto vivo, depois de morto não o irá fazer. Irei em paz.

E a vós, para finalizar, deixo-vos A paz. Paz de viver, sorrir e florescer.

Estes são os meus últimos desejos e palavras.

F.F.

Sunday, January 15, 2006

Morta

No meio de tantas noites perdidas, de tantos sonhos exaustivos, ele chega à conclusão que a morte dela lhe fez perceber que não a conheceu realmente, que ela sempre foi uma outra pessoa. Depois de ela morrer, ele questionou-se de tudo, até de quem era e apesar de encontrar respostas sobre si próprio, não as encontrou sobre ela...ele ainda se pergunta "Quem é ela?"; "Porque é que ela escondeu de mim o que era realmente?"; "Como pode ser ela alguém totalmente diferente do que me mostrou?". Ele cada vez dá menos valor às perguntas que lhe surgem sobre ela, afinal ela está morta... O que interessa quem ela foi, a não ser para lhe magoar ainda mais? Ele tentou perceber o sentido da sua morte, e consegue-o. Afinal, ela não era ela. Apenas fingia que o era, talvez para agradar. Ele não sabe, mas também prefere não pensar nisso, nada de bom pode resultar dessa busca por respostas. É dificil a capacidade de aceitação de que as pessoas morrem, mas ela morreu e não vai voltar à vida.

Porque há coisas que é melhor permanecerem enterradas...