Sunday, June 01, 2008

Na Tua Cidade

Nunca mais fui à tua cidade.

E sim, foi por medo. Sei que é isso que estás a pensar. Engraçado como ainda me importo com aquilo que pensas de mim.

Acho que a frase diz tudo. Tua cidade. São os teus domínios, onde estás à espreita a cada esquina, a cada café, esplanada. Por isso é que sempre lá vou, a minha cabeça está em constante movimento, à tua procura, com esperança e receio de te encontrar. Para ser sincero, não te quero encontrar.

Quero e não quero.

Os reencontros são sempre difíceis e tu sabes disso tão bem como eu. Por isso é que também não o fizemos. Nem mesmo na tua cidade. Imagino sempre agentes secretos a baterem-te à porta e a levar-te para um sítio seguro porque eu estou na tua cidade. A tua cidade... é estranho pensar que já pensei nela como a nossa cidade. Hoje apenas serve para me lembrar de que nunca foi minha. Que nem sequer se pôs essa hipótese. Ingénua.

Mas não me importo. Todos já fomos crianças, faz parte da vida. Em parte, esse foi o teu encanto. O regressar à ingenuidade pelas mãos de uma menina mulher que tinha o dom de fazer sonhar.
O sonho ficou na tua cidade e eu acho que tenho mais medo dele do que de ti.

O meu sonho, na tua cidade.