Tuesday, May 18, 2010

Lost In Translation

Já vos aconteceu, olharem à vossa volta e não recolhecerem o sítio onde estão?
As pessoas ao vosso lado... até os vossos movimentos. Acabados de nascer.
Nunca abriram os olhos numa certa altura da vossa vida e sentiram que os estiveram fechados durante anos a fio? Provavelmente sim e o esqueceram, como uma iluminação fugaz que se escapou num piscar de olhos.

A vontade de querer rodar, rodar, rodar, rodar para apagar essa sensação é a primeira reacção,. É fácil racionalizar, é fácil resolver avançadas equações matemáticas quando se sabe que há solução. Quando não faz sentido, quando se sente que há algo que não se enquadra não há muitas alternativas. Nada racional, lógico ou pensado. Nada óbvio. Apenas aquele sentimento de que há algo que falta. A angústia de não saber o quê, nem o porquê. É o cansaço do marinheiro que rema constantemente contra a maré e que no meio do seu cansaço, pára e pensa no porquê de continuar a remar.

Não há resposta.

Apenas o sentimento que teima em aparecer e desaparecer, como uma tortura que se rege pelas marés. Que tão breve dá o ar para respirar como a seguir o retira. Apenas resta tentar absorver esse sentimento o máximo que se pode para que se consiga percebê-lo, dizê-lo e aí chegar à solução.

De qualquer forma, a tradução de sentimentos para palavras não é, de todo, o meu forte.