Monday, August 18, 2014

Saudade

Todos os dias pessoas desaparecem das nossas vidas. Mudanças, pessoas que desaparecem de um momento para o outro, sem avisar, sem deixar rasto. Algumas dessas pessoas deixam saudades a muitos, outras, a poucos... no fundo isso não interessa, embora para muitos seja importante juntar-se ao coro de pessoas que choram enquanto para outros tantos seja importante demarcar-se e ser do contra. 

No entanto, existe sempre aquela pessoa que consegue reunir consenso. A pessoa que consegue ser admirada por todos, mesmo por aqueles que não a conheciam. Não em pessoa. É sempre encarado como um choque, essa pessoa partir tão cedo, desconhecendo-se a dor que tinha dentro de si ou aquilo que motivou o desaparecimento. E o choque é tanto que não se acredita que tenha acontecido, mas a realidade é o que é e dela não se consegue fugir. Não quem ainda está vivo e muitas vezes os mortos também não. Tem que se aceitar. 

Depois de aceitar fica um certo vazio, uma certa tristeza e saudade. Por aquela pessoa amiga a quem contámos os nossos problemas através das letras de música que escreveram, a quem nos apoiámos para nos animarmos quando estávamos tristes ou quem nos inspirou a procurar e a ver a beleza da vida, aquela que tantas vezes parece nos escapar. O vazio fica cheio de tantas dádivas que nos deixaram, de tal forma que só apetece perguntar se temos como pagar toda essa riqueza que nos foi deixada.

Talvez não.

Descansa em paz, Robin.