Monday, April 12, 2010

De que vale?

Por mais que saiba, continuo a sentir-me ignorante.
Por mais que tente saber, não deixo de sentir que estou longe daquilo que quero aprender.

De que vale o conhecimento, tudo aquilo que vou acumulando dentro de mim, todas as fórmulas, histórias, teorias e leis, de que vale tudo isso se continuo a não saber o mais simples? Aquilo que todos conseguem num estalar de dedos, num piscar de olhos, num sorriso, num abraço, num beijo.

O que é a inteligência, para que serve ela? A quem serve ela? Ou será que é servida? Por mim...
Não quero saber mais, não quero conhecer mais. Quero ser o camponês ignorante, que beija a terra, que leva o filho nos braços para mais um dia. Quero ser o mecânico, o artesão, o pescador. Aqueles que têm tudo mesmo julgando que nada têm. Que observam com alegria o tudo que é no raiar de um simples piscar de olhos dum sorriso, dum abraço, de um beijo.

De que valem todos os livros, filmes, teses, quadros, para aquele que sente desafio pela sede de conhecimento? Para aquele que nunca conseguiu superar o maior desafio que essa sede de saber provoca em si, de que vale todo o conhecimento milenar? De que vale saber tudo sobre a existência, sobre a elevação espiritual, o sentido de tudo o que é, o que foi e o que irá ser?

De que vale saber se não sei amar?