Sunday, March 30, 2008

Tenho Saudades Tuas

Tenho saudades tuas.

Do teu toque, da tua voz.
Está tudo na minha cabeça, dizes-me.

Eu não sou real

Não sei se és tu ou se sou eu que diz que não és real. Olho para ti todos os dias, mas não sei se existes apenas na minha cabeça. Um ideal de fantasia. Louco. Eu sou louco por te amar tanto e não saber quem és. Eu sei quem és mas não te conheço. Tu dizes-me que não existes mas eu sinto-te. Eu gostava de te sentir, tenho saudades de te sentir.

Tenho saudades tuas.

Saturday, March 15, 2008

O Teu Sorriso.

À tanto tempo que deixei de amar que já não sei o que a palavra significa.
Amar.
Olho para os teus olhos impressos e tento encontrar memórias de um passado que não vivemos. Gostava de te ter amado, apesar de nunca te ter conhecido. Mas eu não sei o que é amar, não sei o que é sentir. Olho para os teus olhos e eles reflectem a vida que quero ver dentro de mim.
A tua vida.
Gostava de poder chamar a tua vida de minha, de sentir que tenho algo de valor. Mas não é simples possessão. Não um troféu. Apenas algo meu como o sol que me ilumina ou a chuva que me lava. Nada mais no mundo, apenas tu e eu. Quero sentir-te, o teu toque no meu. Sentir a renascer cada vez que olho para o teu sorriso.
Não sei o que é amar e esqueci-me do que a própria palavra significa mas tenho a certeza de que o teu sorriso é a única coisa que tenho mais próxima disso.

Saturday, March 08, 2008

O Manto

Até que ponto se conhece alguém?
Vives numa velocidade impressionante, a correr à frente de tanques blindados que te passam por cima se perderes tempo até a olhar para trás. Só há tempo para ver o que se cruza contigo, o que te passa à frente dos olhos. Figuras por vezes ofuscadas por luz ou escondidas nas sombras que rapidamente classificas e acreditas que é assim que essa pessoa ou pessoas realmente são. E de certeza de que elas te fazem o mesmo. Todos correm, sem excepção.
Por segundos, por breves segundos, tu conseguiste parar em local seguro e calhou uma pessoa que julgavas conhecer parar ao teu lado. Ela começa a falar e tu chegas à conclusão de que... não conheces essa pessoa. Chovem questões, de todos os lados, sendo a mais frequente:

Quem és tu? Quem és tu mesmo?

É possível que tenhas sido iludida pelas sombras ou pela luz. Por qualquer coisa. O que tenhas visto ou até o que te tenha sido mostrado pode não ser mais do que (in)feliz acaso de coincidências mas é a possibilidade da mudança que te assusta. De alguém vestir-se de sombras ou de luz brilhante e depois despir esse manto para vestir outro qualquer apenas porque sim. E torturas-te do porquê. O porquê de alguém querem mudar o manto que chamou uma vez de seu. O manto que a define. A dor que encontras assemelha-se à dor da traição. É assim que a sentes. Sentes-te enganada e voltas as costas à pessoa. Não sabes como lidar com ela e a maneira mais fácil é apenas não lidares. Porque cada vez que a vês e não reconheces, apenas te lembras daquilo que ela te fez acreditar que era. Da mentira. Tentas perdoar-lhe ao dizer a ti própria de que não passa de uma criança à procura do seu manto. Mas mesmo assim... mesmo assim a imagem dela a despir o manto que tu amaste não te sai da cabeça.

Saturday, March 01, 2008

Poesia

Ontem conheci uma poetisa de que me falou da sua vontade de amar. A vida, os outros e sobretudo a si próprio. Senti-a que caminha no fio da navalha enquanto luta pelo seu equilíbrio. A procura pela luz. Não uma qualquer luz. Não uma luz artificial. Mas a luz. Vi-me e revi-me na poetisa e na sua luta apesar de ser uma luta muito própria. De uma certa maneira todos procuramos por uma luz específica. Não uma luz artificial mas a luz. Por vezes a luz errada pode nos cegar ou confundir. Fazer-nos ver coisas que não são reais. Algo que já considerei, tempos atrás, imperdoável... uma falha dessas. Todos nós podemos errar e todos iremos o fazer de certeza. Fiquei contente por ter conhecido a poetisa, num mero acaso de quebra das normas instituídas. Um acaso com sentido que me fez parar para pensar na luz. A luz. Todos temos maneiras diferentes de a procurar. Temos de ter porque cada um deve encontrar o seu próprio caminho para chegar à sua luz. Apesar de me identificar com a poetisa, o caminho dela é o dela. Foi uma grande lição que tive ontem.
Não escrevo poesia. Escrevo prosa.