Thursday, December 29, 2005

Escolha

Por muito que pense, por muito que fale, por muito que sonhe. Acabo sempre no mesmo sítio. Aonde comecei. Círculo vicioso? Talvez...Eu quero acreditar no livre arbitrio, de que temos o direito a escolher o queremos para nós. Eu quero...e acredito! Mas por vezes parece que por mais que escolhamos, que o que queremos não acontece, por mais que acarinhemos esse pensamento. Conformar ou não nos conformar, eis a questão. Depende de pessoa para pessoa, como tudo na vida. Mas há coisas em que não nos deixam escolha. Há certas coisas que não morrem, por muito que nós a matemos todos os dias como podemos. Temos o livre arbitrio de escolher o nosso caminho consoante as condições que nos aparecem e não as podemos mudar. E é nesse sentido que faço a escolha. O mal menor.

Porque há coisas que não podemos escolher...

Thursday, December 08, 2005

O Topo Do Mundo

Às vezes dou por mim em cima de uma montanha, apenas rodeado por nevoeiro e nuvens. Apesar da altitude elevada não tenho falta de ar e a pressão não me afecta. Normalmente não sei como lá parar nem o porquê de lá estar. A sensação de estar lá é por paradoxal por vezes. Ora não consigo apreciar o lugar onde estou, não lhe dou importância ou então é simplesmente extraordinária. E nessas vezes, abro os braços e inspiro o ar puro que seria impossivel de respirar. Sinto-me imortal como nada me pudesse parar. O nevoeiro lentamente é recolhido deixando o sol brilhar. E eu sorrio. Por alguma razão que me é desconhecida, no início tento evitar esse sorriso mas depois penso para comigo mesmo: "Porquê?" Sentir o vento na minha cara e o meu corpo ser banhado pelo sol dá-me uma sensação indescritível de liberdade. Faz-me sentir uno com o mundo, ciente de tudo o que me rodeia. Os meus sentidos ampliam-se. Vejo a mais infima molécula na sua frenética movimentação. Ouço o bater de asas de um falcão a centenas de metros. Cheiro a terra molhada pela água que escorre no meio das rochas. Os meus braços continuam abertos e parece que levito. Que saio do meu corpo. Este estado é momentaneamente interrompido, quando olho em meu redor, para além das nuvens quem e rodeiam, vejo outros no cimo de montanhas, umas mais altas outras mais baixas, mas todos com essa percepção e com a mesma sensação de liberdade. São centenas. Milhares. Eu fecho os olhos e sorrio ainda mais porque estou no mundo e ao contrário do que pensaria de inicio, não estou só.