Thursday, December 08, 2005

O Topo Do Mundo

Às vezes dou por mim em cima de uma montanha, apenas rodeado por nevoeiro e nuvens. Apesar da altitude elevada não tenho falta de ar e a pressão não me afecta. Normalmente não sei como lá parar nem o porquê de lá estar. A sensação de estar lá é por paradoxal por vezes. Ora não consigo apreciar o lugar onde estou, não lhe dou importância ou então é simplesmente extraordinária. E nessas vezes, abro os braços e inspiro o ar puro que seria impossivel de respirar. Sinto-me imortal como nada me pudesse parar. O nevoeiro lentamente é recolhido deixando o sol brilhar. E eu sorrio. Por alguma razão que me é desconhecida, no início tento evitar esse sorriso mas depois penso para comigo mesmo: "Porquê?" Sentir o vento na minha cara e o meu corpo ser banhado pelo sol dá-me uma sensação indescritível de liberdade. Faz-me sentir uno com o mundo, ciente de tudo o que me rodeia. Os meus sentidos ampliam-se. Vejo a mais infima molécula na sua frenética movimentação. Ouço o bater de asas de um falcão a centenas de metros. Cheiro a terra molhada pela água que escorre no meio das rochas. Os meus braços continuam abertos e parece que levito. Que saio do meu corpo. Este estado é momentaneamente interrompido, quando olho em meu redor, para além das nuvens quem e rodeiam, vejo outros no cimo de montanhas, umas mais altas outras mais baixas, mas todos com essa percepção e com a mesma sensação de liberdade. São centenas. Milhares. Eu fecho os olhos e sorrio ainda mais porque estou no mundo e ao contrário do que pensaria de inicio, não estou só.

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