Sunday, November 20, 2005

Pergunta

Onde estou eu? Que sítio é este onde cheguei e não reconheço? Como me posso orgulhar desta viagem se não tenho nada que me faça sorrir? Como posso estar satisfeito com aquilo que sou com tanta dor dentro de mim? É difícil, mas também ninguém disse que seria fácil, pois não? Queria não ter isto dentro de mim, já pensaste nisso? Talvez não...não sei, penso que seja apenas mais uma pergunta. É algo que não muda. E eu quero saber porquê, o porquê de tudo. Quero saber se estou certo. Estarei errado? Aonde estou? Que quartos são estes onde me fecho? Aonde estão as caras amigáveis? Aonde estão as palavras amigas? Aonde estou eu? Estarei tão longe do alcance de todos? Porquê? Aonde estão todos? Aonde está o tempo? Os dias perdidos? Eu quero-os, para mim, outra vez...serei egoista? Não quero isto, este quarto, estes dias, esta vida...deixa-me trocar, deixas? Tira-me deste sítio, aonde estás tu? O que andas a fazer? Por onde andas tu? Porque mudaste? Porque me fizeste mudar? Não quero a mudança, não quero a evolução, ela só traz dor... é errado não querer a dor? Cansado, tão cansado...a vida pesa tanto...mas não para ti pois não? Aposto que é perfeito para ti...diz-me...é? Aonde encontrarei respostas para estas perguntas sem importância? Quanto tempo se consegue aguentar sem chama? Sem dar valor a um suposto processo de aprendizagem ou evolução? Sei que devo fazer, mas custa tanto aguentar o peso deste sentimento. É pesado... quem imaginaria? Quem imaginaria que pesaria tanto...? De certeza que o peso está todo em mim, não ouço mais ninguém a queixar-se...tu ouves? Claro que não... Preferia não ter tanto peso sobre mim mas a culpa é minha. Eu não conseguir matar o que sinto, eu lutar para que não me corrompa, que não se transforme em ódio. Em querer ser perfeito. A busca pela perfeição tem o seu peso mas o cansaço dessa busca traz demasiadas perguntas para as quais não tenho resposta. E eu vou continuar a perguntar, vou continuar a procurar por respostas que sei que não vou ter e vou continuar a não saber onde estou mas apenas sei quem sou, quem sempre fui. A única pergunta à qual sei a resposta. E tu...sabes quem és? Ou já te esqueceste? Vais continuar a preferir que falem por ti? Que decidam a tua vida por ti? Talvez um dia decidas o que queres sem que te manipulem, talvez um dia sejas tu mesmo...e eu continuarei a esperar por esse dia, o dia em que acordes, em que regresses. E até esse dia vou continuar a perguntar-me...

Aonde estás tu...?

Tuesday, November 01, 2005

O Querer

Eu quero. Eles não querem. Nem um deles. Mas eu quero muito. Ele não quer, ela também não e do outro nem se fala. Mas eu quero. Quer eu queira, quer não queira, eles nunca querem. Luto contra tudo e contra todos. Dentro de mim, nunca fora. Porque eu quero. Muito. Quanto mais digo a mim mesmo que não quero, mais quero. O sol brilha, a lua também e eu quero. Muito. Apesar de baço, de apagada, de ignorada. Apesar de...assassinada. Eu quero. Na vida, na morte. Eu quero o mundo, eu quero as estrelas, quero o céu. E toda a gente mo nega, porque eles querelm o que eu não quero. Será possível tanto querer? Querer tanto algo? Não sei, eu não sei o que quero, apenas o sinto, não consigo explicar, definir, apenas sentir. Sinto aquilo que é certo, sinto aquilo que quero, mas não o reconheço mais. Não sei o que é. Mas eu quero. Muito. E vou continuar a querer. Muito.