A Angústia Do Escritor Perante a Vida
Uma folha em branco.
A sensação de vazio é enorme. A pressão também. Pressão de preencher da melhor maneira o espaço em branco. Expectativas furadas, nada pior que isso.
”Segue o que sentes.”
Fecha-se os olhos e começa-se a escrever, sem tentar dar um sentido às frases, sem tentar encontrá-lo. Quando a folha está cheia, relê-se o que se escreveu e... apesar de estar cheia, é como se continuasse vazia. Que desperdício de tempo, pensa-se. Rasga-se a folha e tira-se outra com um rumo definido. Chega de instintos vazios como folhas em branco, que não levam a lado nenhum.
E começa a escrever, milhões de ideias lhe surgem, várias alternativas formam-se na sua mente. E escreve-se com esperança de trazer sentido ao vazio, de preencher o branco. Calmamente, a certeza é absoluta. É este o caminho. Até que chega-se a meio e depara-se com o que se escreveu. E apesar de ser já um texto de considerável tamanho, de ter muitas reviravoltas – mesmo o rumo permanecendo o mesmo – o pensamento mortal surge.
“Isto não está resultar.”
Rasga-se a folha e tira-se outra.
Em branco.
A sensação de vazio é enorme. A pressão também. Pressão de preencher da melhor maneira o espaço em branco.