A Estação
A estação estava cheia de jovens. Todos falavam todos socializavam. Conforme os comboios paravam, as pessoas iam entrando. Conforme o destino pretendido. Um jovem, no entanto, estava de costas voltadas para a linha. Olhava para os carros que paravam em frente à estação, no café de luxo. Homens engravatados, cheios de poder, mulheres, respeito. O jovem dizia si mesmo que era aquilo que queria para si mesmo. Era aquele o objectivo. Tentou sair da estação para ir para aquele café, conseguir de alguma forma ser visto por alguém. Mas a estação estava fechada para o exterior. Um velho vagabundo vem ter com ele a pedir esmola, mas ele enxota-o como se fosse um insecto. Não olhando para trás, tenta saltar a vedação, rasgando as suas roupas todas. Mas tinha conseguido chegar ao café. Lá dentro estava tudo o que sempre sonhou. Mulheres lindas de morrer, luxo, riqueza. Durante longos minutos tenta fazer com que reparem em si, mas todos agem como se ele não existisse. Uma mulher aproxima-se dele. Era linda. Ela pergunta-lhe quem ele é e o que está a fazer ali. Ele conta-lhe tudo, todos os seus sonhos. Ela leva-o para o quarto e dá-lhe a noite da sua vida. Nunca antes tinha sentido tamanho prazer e pensou para consigo mesmo:
"Consegui! Estou cá dentro!"
Quando abre os olhos, estava com frio. Encontrava-se à porta do café, todo nu. O café estava fechado. Com frio e sem ver ninguém em redor, só lhe resta voltar para a estação. Estava vazia, já todos tinham embarcado. Durante muito tempo esperou e esperou e quando finalmente veio um comboio, ele não parou. Outro e mais outro e nenhum parou.
O jovem era agora um velho. Com vergonha de estar nu. De estar sujeito aquela humilhação. Estava sozinho. Até que ao seu lado surge um velho vagabundo, que despe o longo casaco e lhe dá, sorrindo. O outrora jovem, chora.
E mais um comboio passou.
E não parou.
"Consegui! Estou cá dentro!"
Quando abre os olhos, estava com frio. Encontrava-se à porta do café, todo nu. O café estava fechado. Com frio e sem ver ninguém em redor, só lhe resta voltar para a estação. Estava vazia, já todos tinham embarcado. Durante muito tempo esperou e esperou e quando finalmente veio um comboio, ele não parou. Outro e mais outro e nenhum parou.
O jovem era agora um velho. Com vergonha de estar nu. De estar sujeito aquela humilhação. Estava sozinho. Até que ao seu lado surge um velho vagabundo, que despe o longo casaco e lhe dá, sorrindo. O outrora jovem, chora.
E mais um comboio passou.
E não parou.
1 Comments:
A juventude é efemera e aqui está uma prova que nem sempre agarrar todas as oportunidades que se nos apresentam é boa ideia.
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