Presente
A terna devoção a uma causa considerada perdida faz-me pensar se serei merecedor de tal atenção e inevitavelmente faz-me visitar monumentos em ruínas que jurei nunca mais vislumbrar. Essa decadência entristece-me, sinais de uma civilização há muito esquecida e abandonada, como se os terrestres tivessem ido para Marte, deixando este mundo para trás, ficando entregue à desolação dos anos que acumulam solidão e acentuam a erosão de prédios enormes e estátuas gloriosas. Não é um regresso ao passado, é uma constatação de um presente decadente ao qual se voltou costas ou se foi obrigado a agir assim. E por mais que se condene a realidade desse presente, não se deixa de se instalar uma sensação de familiaridade com o que acontece no sítio onde estou agora. Condições, pessoas e aprendizagens diferentes. E o resultado igual. E ao tentar encontrar justificação para tal fenómeno dou de caras com mil e uma explicações, todas elas diferentes. Não as vou enumerar porque isso seria desperdiçar tempo precioso mas vou concentrar-me no que elas têm todas de comum. O que mais sincero sinto em ti. O teu amor por mim.
E isso faz-me querer chorar e sorrir ao mesmo tempo.
1 Comments:
Há presentes assim.
Belo belo! :)
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