Fantasia
Por cada momento em que está sem pensar, sem ver, sem sentir, surge alguém assim. Uma ode a todos os sentidos. Alguém que sem o saber, não é mais do que um sonho. A sua concepção teve lugar apenas na cabeça de alguém que nunca diz quem é. Alguém que nunca partilha essa visão com ninguém. Em segredo, vive desse sonho irreal, porque a distância da realidade é longe demais para ser percorrida por esse alguém. Como tudo, como todos. Longe demais. E no entanto a proximidade ilusória dessa ilusão reencarnado numa pessoa faz com ele imagine mil e um detalhes de fantasias mais ou menos doentias. E em explosões de erotismos vividos entre si, a ilusão torna-se realidade dentro da sua mente. E À sua frente, as formas que ele aprendeu a amar começam-se a materializar, o ar a transformar-se em matéria. Não importa o que é que foi criado por si, o que é verdadeiro e o que é fantasia. Naquele momento o que a sua mente imagina é o que ele vê. Receoso, a sua mão avança lentamente, receosa de tocar o ar em vez da perna nua que estava à sua frente. Ao sentir o toque, ele arrepia-se e retira a mão. A sua fantasia era realidade.
E num dilema entre a sua mente e coração, entre o saber que finalmente estava louco e o bater descontrolado do seu coração, as únicas palavras que saiem de si antes de perder os sentidos são o reflexo directo de todo o tempo em que a ilusão não passava disso mesmo. Ao fechar os olhos ele ouve a sua própria voz a dizer alto o que ecoava nos seus pensamentos.
"Apetece-me lamber-te"
Assim que fecha os olhos, ela desapareceu. Pelo menos para si. Embora sentindo o seu toque, ela já não existia, não era real. Uma ilusão que tocava no seu corpo, acarinhava-o. E se pudesse sentir, iria achar que estava louco por deixar que uma fantasia dominasse a sua racionalidade assim.
Ou talvez não se importasse.
E num dilema entre a sua mente e coração, entre o saber que finalmente estava louco e o bater descontrolado do seu coração, as únicas palavras que saiem de si antes de perder os sentidos são o reflexo directo de todo o tempo em que a ilusão não passava disso mesmo. Ao fechar os olhos ele ouve a sua própria voz a dizer alto o que ecoava nos seus pensamentos.
"Apetece-me lamber-te"
Assim que fecha os olhos, ela desapareceu. Pelo menos para si. Embora sentindo o seu toque, ela já não existia, não era real. Uma ilusão que tocava no seu corpo, acarinhava-o. E se pudesse sentir, iria achar que estava louco por deixar que uma fantasia dominasse a sua racionalidade assim.
Ou talvez não se importasse.
1 Comments:
Ás vezes não vale a pena as fantasias. É assim o movimento da dança.
Post a Comment
<< Home