Pedaços Soltos de Nada
Certas palavras perdem o sentido depois de muitas repetidas. Tal como as memórias.
Imaginemos, hipoteticamente, cenas de uma vida passada. Familiar mas ao mesmo tempo, completamente distante. Nessa vida passada, onde já se faleceu, todas as rotinas, todos os momentos são dotados de um significado acrescido.
Exarcebado.
A morte, violenta ou não, implica tudo menos um fim. A não conformidade de deixar... de viver, claro. E num estado de sonho se passa a viver. Ou sonho ou dormência. Até que se decide acordar, voltar a viver, mais uma vez.
A pessoa que acorda não é a mesma que morreu e neste momento em que se divide em duas metades não iguais, a que morreu continua a agarrar-se à vida. Como sempre, desesperadamente. Porque não consegue descansar em paz. E quantas mais vezes lhe digam... Descansa em paz isso não acontece. Outras vidas passam, outros nascem, outros morrem. E a paz não chega.
Tudo o que sobra são imagens que foram gastas de tanta repetição e um espírito quebrado por não conseguir descansar delas. O irónico é que ambas as metades desesperam pelo mesmo motivo e ambas não conseguem encontrar sentido nisso.
O que as une foi o que as separou. Pedaços soltos de nada.
Imaginemos, hipoteticamente, cenas de uma vida passada. Familiar mas ao mesmo tempo, completamente distante. Nessa vida passada, onde já se faleceu, todas as rotinas, todos os momentos são dotados de um significado acrescido.
Exarcebado.
A morte, violenta ou não, implica tudo menos um fim. A não conformidade de deixar... de viver, claro. E num estado de sonho se passa a viver. Ou sonho ou dormência. Até que se decide acordar, voltar a viver, mais uma vez.
A pessoa que acorda não é a mesma que morreu e neste momento em que se divide em duas metades não iguais, a que morreu continua a agarrar-se à vida. Como sempre, desesperadamente. Porque não consegue descansar em paz. E quantas mais vezes lhe digam... Descansa em paz isso não acontece. Outras vidas passam, outros nascem, outros morrem. E a paz não chega.
Tudo o que sobra são imagens que foram gastas de tanta repetição e um espírito quebrado por não conseguir descansar delas. O irónico é que ambas as metades desesperam pelo mesmo motivo e ambas não conseguem encontrar sentido nisso.
2 Comments:
Caro Morbidus,
E não seremos todos compostos por ambiguidades? Quiça esquizofrenias latentes?
Somos feitos de pelo menos duas entidades. Pelo menos, duas! E a sensatez reside na coerencia que se lhes acha, ou não!
Melhores Cumprimentos,
"O que as une foi o que as separou". Bonito isso, apesar de raro...
Bons textos!
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